Quando se trabalha diretamente com os adolescentes, muitas vezes não percebemos o porquê de tantas vezes serem agitados ou muito quietos. Foi através de alguns textos trabalhados em sala de aula que solicitei aos alunos a resposta para a seguinte pergunta: Quando a escola deixa de ser interessante? Confesso que fiquei surpresa com as respostas. Eis algumas colocações que achei interessante.
Quando são usados sempre os mesmos recursos em sala de aula: livro, questionários, prova a mesmice não nos faz pensar.
Quando outros alunos incomodam aqueles que querem aprender, gerando conflitos em sala de aula, ou quando o professor demonstra que está sem vontade para dar aula.
Quando achamos que vamos ser alguém na vida, mesmo se não estudarmos, pois muitas vezes viemos para a escola contra nossa vontade, sendo que ficar na internet é mais interessante.
Quando professores esquecem os trabalhos que deram e temos que lembrá-los, ou acham que temos culpa dos problemas particulares deles.
A escola deixa de ser interessante, quando paramos de sonhar e nos conformamos com a vida que temos e ao renunciar aos nossos sonhos perdemos o interesse por tudo.
O que resta para nós, professores, é olhar com outros olhos para nossos alunos. Acredito que na fase da adolescência é o momento que mais precisam de nós, seja do lado do conhecimento ou no lado afetivo. Conversas como essa muitas vezes valem mais dos que os conteúdos programados, pois servem como subsídios para avaliação do nosso fazer pedagógico.
Se nós, professores, temos problemas, imaginem os adolescentes, muitos dos quais só veem os pais nos finais de semana, porque o sistema exige que pai e mãe trabalhem fora. Alguns nem se arriscam a ter uma conversa mais séria e a figura do professor neste momento é seu único suporte.
Se quisermos que a escola seja interessante para nossos alunos, temos que nos empenhar mais, pois a escola carrega consigo uma promessa de futuro, estudar para ter uma vida mais próxima dos sonhos. Se nós adultos perdemos a capacidade de sonhar, está na hora de repensar nossas práticas.
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