É muito fácil a mídia destacar o caso Isadora
sem conhecer a real situação da maioria das escolas brasileiras. É certo que
muitas escolas precisam melhorar suas estruturas físicas, melhorar a qualidade
da merenda e outras coisas, mas quando professores terão direito a colocar na
mídia gravações dos xingamentos e a irresponsabilidades de alguns alunos
perante as aulas? Quando professores e direção podem afastar alunos pelo mau
comportamento?
O que podemos perceber hoje é que grande
parte dos nossos jovens estão sem vontade de estudar. É difícil para eles ler e
interpretar qualquer tipo de texto. Muitas vezes o professor prepara uma ótima
aula, incentiva os alunos, dá atividades diversificadas , no entanto nada motiva,
é mais fácil perguntar para o professor a resposta do que ir pesquisar. E não
tiramos foto.
Hoje a educação está contaminada por
enlatados culturais onde a maioria dos jovens entende que barulho é música,
poesia é cafonice e estudar é chato. E não tiramos foto.
Eu enquanto professora já me senti
frustrada muitas vezes e me pergunto o que fazer? Hoje em dia é mais atraente o
facebook as redes sociais do que a leitura de um bom livro. Praticamente
forçamos o aluno a ler, porque por vontade própria não é capaz.
Alunos desmotivados dizem: não sei
fazer, esqueci o caderno ou não vou conseguir e o mais frustrante é quando
dizem estou sem vontade. E não tiramos foto.
A responsabilidade de ensinar é da
escola e a responsabilidade de educar é da família. Infelizmente hoje a família
está sem tempo para ir até a escola, isso percebemos quando fazemos conselho de
classe com os pais onde poucos comparecem. E não tiramos foto.
Muitas vezes a escola fica de mãos
atadas com casos de indisciplina ou quando os próprios pais dizem que não sabem
o que fazer com as atitudes dos filhos. E não tiramos foto.
É preciso urgentemente entender que
a valorização dos estudos ou seu desinteresse, por parte dos jovens depende
muito da importância atribuída, ou não pelos pais. É preciso que a família
assuma seu papel de educadora e não a transfira a responsabilidade para a
instituição escolar.
Nós professores não temos o poder de
adivinhar o futuro, mas precisamos ter alternativas em situações imprevisíveis,
pois sabemos que educar não é ensinar e sim aprender a cada dia.
Maristela
Guedes