O desconhecimento do impacto das decisões políticas sobre as nossas vidas denuncia a insuficiente politização da sociedade, isto é, com frequência, vivemos as consequências das decisões políticas e não nos apercebemos que, queiramos ou não, estas decisões nos afetam. E muitas vezes negativamente.
Falta-nos a compreensão de abrangência dos fenômenos políticos, eles recobrem a sociedade, atingem os cidadãos onde quer que estes se movam: assim, são políticas as decisões relativas ao aumento ou redução dos preços dos produtos ou serviços de que necessitamos.
É fácil concluir que toda a nossa vida gira ao redor de decisões políticas. Como, então, posso declarar-me “apolítica”, “que não me interesso por política” e outras atitudes que mostram o nosso indiferentismo?
Por outro lado, você acredita que, realmente, todos os políticos são desonestos? Que todos eles são iguais? Em todas as camadas da sociedade existem bons e maus profissionais. Quando você procura os serviços de um médico, dentista, advogado, procura se informar sobre sua competência? Ora, se usarmos os mesmos cuidados na escolha das pessoas, às quais delegamos nossos poderes para agir em nosso nome, não haverá, com certeza, arrependimento ou frustração.
Fugir de discussões políticas não nos torna neutros. Determina apenas que abrimos mão do nosso direito de omitir opinião e participar das decisões que nos afetam e, ao fazê-lo, deixamos que outro faça em nosso lugar e em nosso nome. Assim procedendo, não adianta reclamar que a situação do país é difícil, que os salários são baixos.
Uma minoria decide os rumos da nação e, sempre, naturalmente, a favor de seus interesses. O mundo político que aí está não é fruto do acaso; ele resulta das decisões de alguns; isso significa que outros podem mudá-lo. Aí é que entra a nossa participação.
Contra todas as experiências pessimistas a respeito das eleições, é preciso acreditar mais na política. Ela é o caminho para que possamos viver dias melhores. Basta exercer a nossa escolha com competência.
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