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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

STATUS


         Ter ou não ter é a questão. A vaidade, aliada a uma absurda rivalidade e competição entre as pessoas, já não se respeita os limites de nenhum território. Nem do ridículo. Criou-se a certeza de que alguém só pode ser feliz se morar em uma bela casa, viajar muito, tiver carro ou se, elegantemente, não deixar de se vestir na moda.
         A verdade é que ninguém consegue explicar o porquê de tanta competição, o objetivo da acumulação de tanta riqueza. Tem gente que vende a alma aos demônios do consumismo para possuir até coisas que não aprecia ou lhe faz falta. O que se vê são muitas pessoas inseguras e desvalorizadas, fazendo coisas absurdas para serem aceitos na sociedade.
         Claro que não é um mal adquirir coisas, mas essa prática se torna uma doença, uma neurose, quando o objetivo é manter uma imagem do poder e de idealismo para os outros. Acredito que futuramente ninguém se importará muito com bens materiais, pois o status social virá pela sofisticação da informação, da cultura, do saber. Futuramente quem não limpar a cabeça, como se faz diariamente com os dentes correm os riscos de ser ultrapassado, do se tornar antiquado.
         Quem não deseja ter sucesso na vida? As pessoas hoje em dia estão em situações cada vez mais difíceis, problemáticas, às vezes desesperadoras, conseguir vencer na vida. A ilusão que usar determinada roupa vai esquecer os problemas, ou por algum momento se julguem vitoriosos. Se não conseguem o sucesso ao menos tem a sensação do sucesso. Já que o importante é ter charme ou ostentação social. Mas basta dar uma volta pela cidade para ver como o pessoal se submete à sugestão da mídia e gasta com celulares cada vez mais cheios de funcionalidades das qual a maioria nem sabe para que serve. Se a grana está sobrando, tudo bem.
          A sociedade do ter nunca educa bem os jovens. Poucos aprendem a ser. Infelizmente os jovens estão crescendo com a ambição de ter mais para ser mais. E por esta razão o jovem, a criança e a mulher são os que mais recebem mensagens imperativas de compre, estoque, mude, troque, experimente, gaste seu dinheiro. Os jovens hoje em dia só se sentem valorizados, se estiverem na moda. Ter uma “turma” com tênis da moda. Com um corpo sarado, se não estiver dentro desse padrão é colocado de lado. No grupo dos adolescentes, também existem os peões, os peões do xadrez, aquelas pessoas que aparentam ser importantes, mas tudo o que elas fazem é imitar o líder e viver a vida toda a lhe tentar chegar aos calcanhares.
         A mídia manipula a mente das pessoas, basta aparecerem produtos diferentes e uma propaganda com mulheres bonitas ou homens, que os jovens já sabem o que devem fazer. Infelizmente as propagandas de hoje são apelativas, com isso o emocional das pessoas é atingido em cheio.
          Lamentavelmente este mundo em que vivemos as concorrências, com os milhares de marcas não possui limites. Se levarmos em consideração mesmo sabendo que por mais que se tenha e informação, sempre “ter” se sobressai ao “ser”. Quem assume esse papel de ser consumista tem uma grande falta de comprometimento com a sociedade. Sabemos que isso gera muito lixo, poluição visual. Intervém na saúde das pessoas e logicamente prejudica a natureza.
           O tempo se encarregará de confirmar se a sofisticação virá ou não pelo saber. Antes, é preferível ficar como evidência de que o consumismo e a ostentação, em meio às vergonhosas desigualdades sociais. Está levando o Brasil e os brasileiros a um impasse. No jogo do ter e acumular, os mais espertos acabam tomando para si o que é extremamente indispensável para os demais.

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