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terça-feira, 14 de setembro de 2010

IMPORTÂNCIA DA ESCRITA

         
            A humanidade demorou milhões de anos para inventar a linguagem escrita, e o que vemos nas portas de banheiros, as desinventam. Por que não escrever “homens” e “mulheres”, reunião de letras que proporciona a segurança e a clareza e do entendimento imediato? Não. Algumas portas exibem silhuetas de calças e saias. Outros desenhos de cartolas, luvas, bolsas, gravatas, cachimbos e outros adereços de uso supostamente exclusivo de um sexo ou outro. Milhões de anos de progresso da humanidade, até a invenção da comunicação escrita, são jogados fora, à porta de banheiros.
          O homem de agora se acostumou a pensar que este século é maravilhoso. Em matéria de ciência e a tecnologia, suas conquistas seriam inigualáveis. Vá lá o telefone a internet, representaram um avanço. Mas consideremos por um momento o que perdemos. O hábito de escrever cartas, e o exercício de inteligência que isso representa. A conversa direta, olho no olho. O hábito de fazer visitas, de procurar diretamente as pessoas.
         A desvalorização da comunicação escrita, em nosso tempo, começa numa banalidade como as portas dos banheiros e culmina neste símbolo de século que é o culto das conquistas tecnológicas. Ora conquista por conquista. Continua insuperável, no mesmo ramo das comunicações, em primeiro lugar a invenção de uma língua comum, em cada determinada comunidade, e em segundo a reprodução dessa língua em signos escritos.
         Posso estar errada, mas acredito que a humanidade caminhou milhões de anos para voltar ao ponto de partida. Começou magnetizada pelos desenhos nas paredes de cavernas e terminou magnetizada diante de figuras de alta definição nas paredes, onde se embutem os aparelhos de televisão.
         Atualmente é impossível viver num mundo civilizado sem saber ler ou escrever. Mas também de nada serve saber escrever e ler quando não há paz, segurança saúde e alimentos. A escrita também é uma arma, e como toda a arma dá poder, mas também mata. Escrever, enfim, é dar uma herança eterna para todos, e, principalmente de se expor e se perpetuar na aceitação ou na crítica.



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