Um dia desses ouvi essa fala –“Eles não têm cultura para responder”. Isso fez com que eu refletisse e percebesse que muitas pessoas não têm o conhecimento do sentido real da palavra.
Cultura é tudo o que o homem faz para poder sobreviver e se relacionar com o mundo exterior. Sendo assim, cultura é a maneira de falar (língua), a maneira de vestir, de morar, de comer, de trabalhar, de rezar, de se comunicar, etc. Com essa cultura o homem cria uma maneira de defesa. E quando essa cultura é destruída, o povo fica desprotegido e facilmente pode ser dominado e destruído. Por isso que se diz que cultura é a alma de um povo. Povo sem cultura é povo sem alma.
Quando nós assistimos às novelas ou vemos um filme, não é apenas um roteiro que assistimos. Existe todo um conjunto cultural: um tipo de moradia, de decoração, uma maneira de comer e se vestir. Ou seja, uma maneira diferente de se viver. Claro que é um padrão cultural diferente, e é isso que leva a mudança das culturas. Na TV, a maioria dos programas é feitos fora do Brasil, ou, se é novela, num ambiente cultural totalmente diferente do ambiente onde vive a maioria da população. Se nós dermos atenção aos “costumes”, ou “a moda”, se percebe que nossa cultura está mudando e está sendo mudada, e está sendo totalmente descaracterizada. Sem querer nossa cultura está sendo minada, transformada, destruída.
Um povo que não possui uma cultura própria, que não defende sua cultura é um povo que está sendo dominado e escravizado, se é que já não o é! É por isso que temos a necessidade de nos conhecer, de encontrar nossas raízes, descobrir a nossa tão falada “identidade cultural”. E não vejo instrumento melhor para nos levar a isso do que a prática da cultura popular. Incentivar e fortificar essa prática também são motivar as pessoas e despertar nelas um sentido para viver. Talvez seja esse o motivo da negligência governamental diante das questões culturais em nosso país. Quanto menos cultura existir, mais alienação e vulnerabilidade haverá. É isso, a relação é bem simples.
Respeitar as diferenças é um dos princípios básicos da democracia. Cada povo, cada cultura tem identidade própria, peculiaridades que resistem à globalização da economia e da comunicação. A construção de uma sociedade mais justa e feliz ocorre no cotidiano das pessoas com a prática de atitudes positivas em todas as relações humanas, sejam elas familiares profissionais ou comunitárias.
Não há nada de errado em conhecer ou gostar de outras culturas, porém, devemos privilegiar a nossa própria, aquela que faz parte de nossa história, nossa origem, aquela que nos concebeu como um povo. É esta que deve ser preservada e valorizada.
Por outro lado, olho em volta e vejo um país que não dá a mínima para sua própria cultura, e que faz questão de matar todos os dias o que ainda resta dela. E vejo isso quando ligo a televisão e me deparo com os reality show´s da vida que colocam a cultura como sendo lixo, uma “fábrica de ídolos”, como se um artista, um músico pudesse ser fabricado na frente das câmeras. E o pior é que eles fabricam, e depois, vendem aos montes os produtos destes ídolos à massa popular que me parece hipnotizada com tanto lixo cultural.
“Nossa deformação cultural nos faz pensar que cabe a um segmento da sociedade levar cultura a outro”. Nós temos que buscar a cultura no povo, dando condições para que ela brote. (Fernanda Montenegro).
Olá, a história nos mostra que a cultura dos países economicamente dominantes exerce uma grande influência nos demais povos. Mas concordo com você Maristela, jamais podemos esquecer nossa própria cultura.Gosto da música inglesa e da norte-americana, e também dos filmes. A MPB brasileira apresenta obras maravilhosas, e nosso cinema está melhorando. Nem tudo que vem do exterior é de qualidade. Gostei de ler você, abraço!
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